Geral da Terra, do ar, do mar e da Lua... Alma das flores, das cores, das pessoas nas ruas... Geral de tudo que se vê, de tudo que se ouve, das verdades nuas.

15/08/2006

Isso é o Brasil!

Uma rápida história.

M. é uma aluna/amiga da minha mãe.
Há uns 8 anos, ela sofreu assédio sexual e moral no Banrisul - local onde trabalhava.
Entrou com processo na Justiça.
Ganhou.
Houve recurso.
Ganhou de novo.
Mai uma vez.
Outra vitória.
Brasília.
Deu ela de novo.
Pois bem. Passadas tantas idas e vindas e tantas vitórias judiciais, tem-se o resultado:
- um diploma honorário de Direito e UM MILHÃO E MEIO DE REAIS NA CONTA.
"Nooooooossa!" - você deve estar pensando.
Pois é. Mas não é para este lado...
M. não pediu por esta indenização.
Sabem o que é isso?
Uma multa instituída em segundo grau pelo próprio judiciário ao banco.
"Aaaaaaah!" - vocês devem estar também pensando, com os olhos brilhando, imaginando ela numa ilha bem longe daqui, aproveitando a grana. Essas coisas que a gente sempre pensa quando se aposta na loteria...
Que nada.
O depósito foi judicial. Tá lá só para ela olhar no extrato. E já faz horas.
O resultado prático é que ela tá sem emprego, sem ganho, quase sem casa, nem nada. Tá desesperada. E não entende como não pode usufruir daquilo que foi ganho de direito, NO direito, em TODAS as instâncias.
Aliás, não entendia.
Até que houve uma audiência há pouco tempo. Com uma juíza substituta. Num canetaço, a mulher do capote preto disse que ela estava tentando enriquecer ilicitamente. Acatou todos os desejos do Banrisul, ali representado por sua advogada.
M., então, se desesperou. Voltou-se para a advogada do banco e começou a questioná-la. Indagava sobre o que fazer agora, já que haviam se esgotado todas as instâncias daquele processo.
A juíza se enfezou. Pediu para que M. parasse de se dirigir à advogada e olhasse para ela.
M., então, tascou esta pérola:
"Eu não vou olhar para a senhora, não. De que adianta?! Vou é tratar agora com quem detém o poder. Aqui, no caso, é o banco!".
A juíza chegou a dizer que ela seria "convidada a se retirar".
Foi um bolo.
E ainda não terminou...

Essa é mais uma história do nosso Brasil Varonil. Ilustra direitinho quem é que manda por aqui. Essa história de Ordem e Progresso só serve para quem tem grana. E progresso mesmo, a gente tem é nas relações escravocratas que insistem em continuar vertendo por todos os lados.

Um aviso: AINDA ESTAMOS NO FEUDALISMO!

Para alegrar, então, segue uma linda letra de música... Leiam e imaginem a Gal Costa cantando (ai ai)...

Brasil
Minha voz enternecida
Já dourou os teus brazões
Na expressão mais comovida
Das mais ardentes canções
Também
A beleza deste céu
Onde o azul é mais azul
Na aquarela do Brasil
Eu cantei de norte ao sul
Mas agora o teu cantar
Meu Brasil quero escutar
Nas preces da sertaneja
Nas ondas do rio mar
Oh, este rio turbilhão
Entre selvas e rojão
Continente a caminhar
No céu, no mar, na terra
Canta Brasil
Também
A beleza deste céu
Onde o azul é mais azul
Na aquarela do Brasil
Eu cantei de norte ao sul
Mas agora o teu cantar
Meu Brasil quero escutar
Nas preces da sertaneja
Nas ondas do rio mar
Oh, este rio turbilhão
Entre selvas e rojão
Continente a caminhar
No céu, no mar, na terra
Canta Brasil
No céu, no mar, na terra
Canta Brasil
No céu, no mar, na terra
Canta Brasil
No céu, no mar, na terra
Canta Brasil

AH! VAI CATAR COQUINHO, GAL COSTA!!!

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