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13/12/2007

O ridículo caso da cpmf

Assisti às horas finais da votação da prorrogação da cpmf no Senado.
Peguei bem no momento em que o senil Simon discursava sobre proposta do governo recém entregue.
Segundo duas folhas assinadas, havia o comprometimento de que os recursos do irrisório imposto fossem 100% alocados no saúde a partir de 2008, e que, ao final do próximo ano, se fizesse, finalmente, a reforma tributária.
Documento assinado por ministro e presidente da república.
Simon era contrário à contribuição, discursava pela manhã cheio de mágoa com o Lula, mas, à noite, virou o fio e gostou da proposta - provavelemente demovido por sua querida governadora do Rio Grande.
Pedia que se adiasse a votação por 12h para se apreciarem as propostas, mas os ferozes e cheios de ódio opositores-por-ser-opositores não gostaram nem um pouco.
Artur Virgílio - o bufão - era o mais exaltado e trocou farpas com o ancião.
Na realidade não havia nada o que fazer.
Os votos já estavam politicamente decididos e o adiamento não serviria pra nada, ademais, a proposta de 12h para se ler um documento de 2 páginas soava constrangedora e ridícula.
Depois de muitos discursos e farpas, lá pela 1 da madruga, finalmente, votaram: 45 a favor e 34 contra a prorrogação da cpmf (faltaram 5 votos - para saber quem foi a favor e quem foi contra, clique aqui).
A isso se seguiram uma série de bravatas e mentiras proferidas pelos canalhas do DEMO e do PSDB.
A história de que o povo gastava mais em cpmf do que com arroz e feijão, divulgada pela mídia nos últimos dias, enchia as bocas fedorentas dessa gente.
E é essa uma das mais absurdas mentiras já proferidas ultimamente.
Estatisticamente é um raciocínio rasteiro e matematicamente manipulado, utilizando-se de números absolutos para dar caráter de fato a uma justificativa de intenção política.
Para se fazer tal cálculo, deveria-se eliminar os gastos com cpmf de pessoas jurídicas e de transações comerciais - o grande "bolo" do tributo.
Mas, na realidade mesmo, isso tudo era apenas a pauta superficial de uma outra história: a briga política entre o demoníaco bloco da ultradireita contra o bloco da direita governista.
Em jogo estava o esfacelamento das contas do governo, tranzendo-se, assim, conseqüências políticas, e só.
E caiu o imposto mais justo já criado no Brasil.
Venceram os sonegadores - que não o podiam fazer com a cpmf - e os gananciosos - porque 38 centavos a cada centena de real só vai se fazer enxergar por quem movimenta milhões!
Aliás, a cpmf era, inclusive, um imposto fiscalizatório...
Me atrevo, então, a propor algo.
Vou até usar a bravata virgiliana de que estava se votando um alívio na carga tributária - parabéns, vocês conseguiram reduzir em 0,38% o montante de impostos pagos pelo cidadão! Fico bem mais aliviado de que, ao invés dos 40% de comprometimento de minha receita, agora terei apenas 39,62% de perda...
A cada nota fiscal que emito, tenho que descontar - repassar - cerca de 15%.
É PIS, Cofins, CSSL, IRPJ, ISSQN... Sem mencionar o ICMS.
A cpmf nunca pesou.
Pequenas empresas sonegam essa lista por sobrevivência.
Grandes empresas, por falcatrua.
E a cpmf era "insonegável" por ambas.
Quem sabe, então, já que é para reduzir a carga tributrária e não gastar com fiscais em todo o território nacional atrás de sonegadores não se faz um imposto único à la cpmf?
Bota a alíquota em 5 ou 7% sobre todas as mobvimentações financeiras e acaba com essa lista pornográfica de siglas que só fazem aumentar o custo de vida!
Faz 4 impostos e deu: cpmf, INSS, um municipal e outro estadual.
Mas não...
Discutir isso fugiria do mero embate político e seria um avanço para uma república pseudodemocrática como é o Brasil.
Governicho de merda e oposição não gostariam disso.
O negócio é esperar 90 dias, distribuir mais alguns cargos para o PMDB e garantir mais uns 4 votos para aprovar o imposto.
Tomaládacá puro - só assim funciona Brasília.

Mas há um outro lado, pelo menos.
Dos males o menor, quem sabe o governo não dá uma enxugada nos custos exagerados de algumas benesses que têm por aí?
Quem sabe não se propõe a redução de custos nas casas legislativas e executivas?
Redução de cargos em comissão, redução nas diárias, redução nas verbas de gabinete, quiçá de salários dos parlamentares!
Ou até mesmo no número de senadores, deputados, vereadores e tudo o mais!
Mas acho que o Lulinha Paz e Amor não tem culhão, e o PT é fisiologista demais para se auto-injetar esse antibiótco político.
Mas que ia ser bonito ver os bufões do DEMO e do PSDB dizendo-se a favor dos pobres, no entanto contrários a essas medidas, isso ia!

2 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Mais uma vez só concordamos com o assunto Grêmio. Vamos lá Guga vou te esclarecer algumas coisas, não que eu seja dono da verdade, mas de conhecimento:
Insiste em que só os ricos pagam. Se a CPMF arrecadaria R$ 40 bilhões no ano que vem, isso significa que incidiria sobre quase R$ 11 trilhões. Isso tudo é só dinheiro de rico ou indica que a contribuição é cobrada muitas vezes sobre toda a cadeia produtiva, indo parar, obviamente, no consumo? Se vai, e vai, todo mundo paga. E mais: quanto menos de sua renda o brasileiro consegue poupar — isto é, quanto mais ele consome —, mais CPMF ele paga proporcionalmente. Como pobre poupa menos, é ele quem paga mais.
"A receita já cresceu o suficiente para permitir a redução ou a eliminação deste imposto." Mas como deixar de repassar dinheiro para os aliados e amiguinhos do planalto o famigerado superavit fiscal.
Chega a ser um tanto chocante, constrangedor mesmo, ouvir a orquestra de tocadores de tuba do petismo se dividindo entre duas notas: 1) o PSDB pagará caro pela rejeição da CPMF; 2) os verdadeiros derrotados são os tucanos. Não que essas coisas combinem muito, como você pode ver, mas, juntas, atendem ao propósito de retirar das costas do próprio governo Lula a responsabilidade pela derrota e de fazê-lo vítima da, como é mesmo?, “inveja” das oposições.

Ademais a política é uma instância absolutamente legítima para tomar decisões. A recriação da CPMF depende da aprovação do Congresso. E, numa democracia, vejam que coisa!, congressos podem aprovar ou rejeitar propostas do governo. Se realmente a CPMF fosse usada na saúde, nestes quase 06 anos de governo LULA, teriamos um SUS eficiente, imaginem só quantos hospitais poderiam ter sido construídos e aparelhados e como seria o salários dos profissionais da saúde.
E ai o homem fala em 37 bilhões em três anos, mas não era 40 bilhões só em 2008 e todo para a saúde como fizeram crer num primeiro momento.
E para finalizar Guga, nunca te pergunstastes porque o mandante mor(Meireles) não baixa 1(um) ponto percentual, digo novamente um ponto percentual da taxa ridícula de juros(a segunda maior do mundo), e saca este valor das despesas e tem o mesmo numerário de uma CPMF.
Te informo, a dívida Interna está em 1 trilhão e 340 bilhões de dólares, pega a calculadora e põe 12,5% que custa anualmente para rolar a mesma e vais ver 167 bilhões de despesas por ano, para locupletar banqueiros, especuladores, etc, etc.
E lembras disto
“Por que é tão grave a extinção da CPMF sem reforma tributária? Porque diminui o crescimento econômico e os investimentos públicos, lança dúvida sobre a estabilidade política e sobre os rumos do país. Esse era e é o objetivo da oposição: lançar o país numa rota de insegurança e instabilidade.” Quem é o autor? José Dirceu. Não se engane: ele continua a ser uma voz forte no PT. O homem certamente fala a partir de si mesmo, não é? Quando combateu, sei lá, o Real, a CPMF e as privatizações, o patriota José Dirceu queria o quê? “Lançar o país numa rota de insegurança e instabilidade”.
O governo Lula se negava a discutir despesas. Anuncia agora que vai cortar, por exemplo, R$ 6 bilhões da Saúde. Vai ter de explicar por quê. E um bom oposicionista deve perguntar a Lula por que ele não usa os anunciados R$ 350 milhões da TV Pública (de fato, será mais do que o dobro disso) para cuidar dos doentes do Brasil. Não! Não é questão menor. É só o exemplo mais gritantemente escandaloso de desperdício.
E assim vai, poderia tomar trezentas mil linhas neste comentário, mas quero voltar a ler vc, falando de nosso Grêmio, aonde sim concordamos em quase tudo, principalmente no que te referes ao Paulo Arena Odone.
Abraços
Paulo
Não vou por meu sobrenome porque já fui perseguido e muito, perdi emprego em Cia Estatal, justamente por discordar de políticas e conchavos de grupos ou grupelhos que se locupletaram com dinheiro público.

14/12/2007, 17:42

 
Anonymous Anônimo disse...

Y por que no te callas?

14/12/2007, 20:53

 

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