Geral da Terra, do ar, do mar e da Lua... Alma das flores, das cores, das pessoas nas ruas... Geral de tudo que se vê, de tudo que se ouve, das verdades nuas.

08/12/2007

Amy Winehouse is dying

Quem tem banda larga boa, dá play no vídeo aqui de baixo, deixa começar a música e começa a ler.

You Know I'm No Good


Juro que ouvia essa música em algumas rádios de Porto Alegre e não sabia quem era a cantora.
Passei a gostar desse estilo rebuscado e pensava: só pode ser uma negra, com essa voz maravilhosa!
Até imaginava a figura de quem a cantava...
Mas, para minha surpresa, passei os olhos por um clipe na MTV e estava lá, Amy Winehouse cantando a música.
Amy que conheci pelos Terra da vida antes de saber que era ela a autora desses dois belos sons que posto aqui.
Ela iria abrir um show do Emy, se não me engano, mas havia cancelado em virtude de internação por overdose.
Pensei: "É mais uma dessas idiotinhas estilo Britney Spears e cia".
É, idiotinha, sim, mas estilo Spears, jamais.
Se bem que é ícone pop também.
Hoje, quando descobri a autoria dela e fui no Youtube buscar os vídeos, procurei na rede também mais informações.
Incrível como todas as notícias de órgãos brasileiros parecem releases de relações públicas requentados.
Todos os que li tinham a palavra "cool" (algo como descolado) descrevendo-a.
E ela sempre metida em encrenca.
Na última, no Terra - clique aqui -, ela havia sido flagrada com pó branco nas narinas.
Amy tem somente 22 anos e um talento bárbaro.
Mas está morrendo.
2007 foi um ano cheio de álcool, drogas e cancelamentos de shows pela sua condição - é só procurar no Google ou nos noticiários no próprio Youtube.
Pena.
Amy Winehouse (que - coincidência? - quer dizer "casa de vinhos", ou adega) se enche diariamente de cocaína, entope até os cornos de destilados e está acabando com uma carreira que poderia ser muito promissora.
Diz em suas entrevistas que não se preocupa com imagem, mas é a própria imagem, em si, na sua produção.
Virou ícone de indústria, péssimo exemplo, mas é cool - todos dizem!
E as notícias de overdose pululam por aí ao lado da palavra "cool"...
Que tipo de influência é essa?
É cool entupir o nariz de cocaína?
Não...
É mais uma destroçada pela cultura de massa, que pasteuriza, aos poucos, o comportamento e controla - pela grana - o comportamento das "estrelas".
Melhor uma Winehouse que fala sobre reabilitação e sobre como ela é má nesses dois vídeos aqui, do que uma Amy que pudesse usar a fama e a música, com sua bela voz, para passar a mensagem - como era o movimento do rock and roll...
Muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vendida.

Rehab

3 Comentários:

Anonymous Anônimo disse...

Guga,

Não a conhecia antes desses clips porque eu, além de praticamente só assistir a noticiário na TV quando faço as refeições ou uma visitinha no quarto da Mãe pra bater um papo, também não ouço rádio FM. E AM, só mesmo futebol. Mas não os programas de sexo dos anjos - apenas as jornadas esportivas.

É um processo de desintoxicação, que me faz buscar quase toda a informação (boa ou lixo; ideológica ou não) na internet. ;)

Bem... Voltando: não sei qual é a da Amy Winehouse. Mas o Renato Russo, por exemplo, que era um poço de sensibilidade, criatividade, autenticidade, talento e engajamento político e social não partidário nem em manifestações públicas mas, sim, através da música, morreu porque não podia suportar o mundo em que vivemos.

Mesmo que o caso dela (suponho) seja o de não saber lidar com a indústria cultural, com a idolatria e com a fama, talvez ela também não consiga suportar o mundo em que vivemos.

Uma pena. Mas isso não quer dizer que qualquer pessoa seja melhor ou pior, mais forte ou mais fraca do que esses artistas: simplesmente eles funcionam como antenas sensórias da sociedade.

Então, o que mais aflige às pessoas mais sensíveis que estão expostas em função da profissão e de seus objetivos de visibilidade (que geram maiores dividendos) é:

- NÃO EXISTE NÃO QUERER SER PÚBLICO.

[]'s,
Hélio

08/12/2007, 13:31

 
Anonymous Anônimo disse...

Mas cara, ela é só o outro lado do POP. É a mesma coisa: música simples, refrão, 3 minutos de duração, para tocar no rádio...
Assim como se vende as Good Girls, vende-se as Bad Girls.

O mercado sabe que muitas vão se identificar com a "maldita". Os clipes são feitos para explorar isso, a estética, as roupas, as notícias plantadas etc.

O mais engraçado é que a imprensa deu uma notícia de uma overdose dela num dia. 5 dias depois ela estava perfeita na apresentação de uma premiação.

Drogados sempre foram cool para os adolescentes. Assim como os rappers que foram traficantes ou já mataram alguém. O pessoal mais ingênuo adora um "maldito". É coolíssimo.

Amy para os drogados (ou os que gostariam de viver essa vida), Celine Dion para os bocós, Madonna para as trintonas, Beyoncé e Nelly Furtado e Rihana para amantes de bunda a comunidade afro etc.
Cada fatia do mercado com a sua cantora.

Simples assim.
Palavra de publicitário.

11/12/2007, 01:46

 
Blogger José Elesbán disse...

Cara, eu só conhecia a Amy, como tu, ou seja, pelas fofocas diárias referentes aos problemas enfrentados pela moça.
Ela realmente tem uma voz e um talento impressionantes. Ainda bem que tu disseste, senão eu não saberia.
Mas, de fato, ela vai por um caminho, que infelizmente sabemos onde vai dar.
[]

25/12/2007, 09:47

 

Postar um comentário

<< Home