Geral da Terra, do ar, do mar e da Lua... Alma das flores, das cores, das pessoas nas ruas... Geral de tudo que se vê, de tudo que se ouve, das verdades nuas.

06/11/2006

Um domingo daqueles...

Pros urubus de plantão que acham que vou escrever sobre o Grenal, um recado:

MEU GRÊMIO!
TE AMO NA BOA E NA RUIM!!!

Mas vou falar do domingo, sim.
Passei a tarde inteira em um hospital. A minha gripe complicou e tive que parar na emergência do Ernesto Dornelles. Fiz vários exames para ver se não estava com pneumonia, mas no final ficou tudo bem.

Bom, nas mais de 4 horas que fiquei por lá, observei o que muitos chamam de "falência do sistema de saúde" - não era bem público, porque não era SUS, mas utilizei convênio do estado, o IPE. Percebi algo que muitos ou não conseguem enxergar, ou simplesmente escondem a realidade. A culpa dessa falência nem é tanto de governo, administração de hospitais ou da própria saúde pública. A culpa é dos médicos.

Nesse domingo, bati um papo com a pessoa que me atendeu. Realmente a coisa estava movimentada, mas não tanto para uma espera de mais de 4 horas... Essa médica atendia a todos e me esclareceu o seguinte: naquele horário, era para ter 3 médicos atendendo. No caso, havia apenas 2 - ela e outra. Esta outra era uma legítima "marcha lenta". Parecia muito mais que a coitada estava precisando de atendimento psiquiátrico do que qualquer coisa... Presenciei enfermeiros enlouquecidos perguntando onde estava a tal médica. Ao que responderam: "foi tomar um café". Eu vi isso. Vi ela saindo. Sabe quando voltou? 45 minutos depois. E as pessoas gemendo, com dor, esperando... E os enfermeiros correndo, procurando, tentando... E a única médica que fazia alguma coisa se escabelando, resolvendo, se estressando...

Acho interessante isso. É nítido que o problema é dessa categoria intocável. A sociedade cria uma áura divina em torno destes seres de branco que a impede de criticá-los com mais veemência. É incrível como pessoas mais humildes proferem a palavra "doutor" como se estivessem falando com um alguém superior, como se passassem a aceitar a partir daquele encontro a sua condição de inferioridade...

E enquanto isso a gente vê um SIMERS e um CREMERS (o sindicato e o conselho) na sua verborragia criticando governos e pressionando enfermeiras.

Carrego em uma das mãos o resultado da incompetência de um desses "doutores". Carrego em minha família, também, uma história de 2 dezenas de anos de erros médicos, que culminaram com a amputação de uma perna... Sem falar das histórias de esquecimento de materiais dentro das pessoas em cirurgias, ou as falsas receitas que muitos clínicos passam para desembocar remédios novos e/ou desemcalhar prateleiras de farmácias.

Ser médico não é garantia de caráter. Não é garantia de se ser alguém justo. Ser médico não significa ser alguém superior, ser Deus. Significa meramente que se presta serviço para a sociedade na área da medicina.

E ponto!

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