Classe Mérdia

Abaixo, um clipe sensacional sobre a mentalidade da clase média brasileira. De Max Gonzaga e Banda Marginal.



E é esta casta social que tem decidido as coisas no Brasil.
No Rio Grande do Sul.
A Classe Mérdia é, em sua maioria, amorfa.
Vive no limbo do conformismo.
Sua maior preocupação não é se vai ter dinheiro para comprar comida.
Mas, sim, se vai ter grana suficiente para continuar comprando Doriana.
Porque, se tiver que economizar na margarina e passar a comprar Leco, bom, daí é pau no governo!
A Classe Mérdia é assim.
Não sofre com desemprego, mas com a falta do que fazer.
A Classe Mérdia sempre acha que é a mais prejudicada por tudo.
Se o dólar tá alto, é uma merda porque fica tudo caro em Rivera e no Paraguai.
Se tá baixo, é uma bosta porque não pode exportar, mesmo que jamais tenha exportado alguma coisa, mas leu isso na Veja.
A Classe Mérdia reclama do ônibus quando tá de carro na avenida, levando o filho para a escola.
E reclama do ônibus quando anda no ônibus porque odeia andar de ônibus.
É um povo complicado de se entender.
Defendeu a ditadura militar.
Elegeu o Collor.
Elegeu duas vezes o Fernando Henrique.
Elegeu, finalmente, o Lula.
Agora, quer a cabeça do Lula.
No Rio Grande do Sul, decidiu que não quer mais o PT porque "mandaram a Ford embora", mesmo que isso não signifique absolutamente nada na sua vida.
Agora, vai votar em massa em quem vai mandar o Banrisul embora, "porque tem que privatizar essa merda, é um banco muito ruim", mesmo que isso, sim, signifique alguma coisa em sua vida.
A Classe Mérdia é assim, refém da mediocridade.
Nada cria e nada transforma.
Apenas é.
Massa pastosa indefinida.
É uma bola de silicone que se molda na mão do patrão conforme ele aperta.
Não tem cor nem cheiro.
Aliás, tem cheiro, sim.
De mérdia...