Criaturas de você mesmo
Enfrente as criaturas dos seus pesadelos.
Use seu olhar e guarde suas cinzas.
Vá embora de suas cavernas e aproprie-se do real.
Vá para longe das cercanias dos seus pensamentos caóticos, e mesmo que estiver cansado, persista, saia dessa ilusão de si mesmo.
Elas estão te vigiando e você sabe disso.
Estão na sua sombra, no seu suspiro, no seu acordar.
Um bólido da violência castigada pela sua rebeldia em círculos reprimida.
Por mais que você esteja tenso e seus nervos dando nós em seus músculos, tente gritar dentro de suas quatro paredes, talvez, um dia, rouco, você consiga derrubá-las para o fim de uma comunidade trancada e rastejante.
Você se sente jovem o bastante para quebrar regras ainda, apesar de seu corpo esguio, esfomeado e doente.
Mas vá! vá!
Desenterre das raízes dos alimentos que você plantou a fonte da sua próxima família e coloque todas as fotografias negras do passado na fogo preso da sua desunião e confusão ora passageira, ora eterna.
Chegando ao brilho do sol, certamente você espremerá seus olhos.
Mas não tenha medo, prossiga.
Respire fundo e se reacostume com o brilho, sons e perspectivas com a liberdade e com o calor que dará vida à sua pele angustiada, seca e pálida.
Saia do seu egoísmo e sorria para os novos seres ao seu redor, pois são os mesmos que você abandonou há cinco anos e que continuaram sempre esperando por você com cobertores nos invernos de dias ensolarados e noites gélidas, e nos verões com a água que purificava seu quotidiano mas que você esnobou com o fel do seu ego gasto e compelido para a ilusão.
Agora, meu amigo, deixe de pensar e aja, aja a favor do seu futuro e não pelo controle que seu passado exercia sobre você.
Hoje, tenha uma boa noite.
João Cony
Esse poema é parte integrante o livro homônimo de João Cony, editado independente pelo autor. Quem quiser saber mais sobre a obra, escreve para ele: joaocony@gmail.com.
FORÇA PARA A CULTURA INDEPENDENTE!!!
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