Para aqueles que dizem que não é possível
Esse fim de semana estivemos, a convite da Janaína e do Mirco, em Sertão Santana. Acontece que o avô do Mirco ensinou os netos como se produz erva mate. Eles aprenderam e todo o ano se reúnem com os amigos e ficam acampados um fim de semana para fabricar uma pequena quantidade de erva, da maneira mais artesanal possível!
Conhecemos pessoas maravilhosas, que decidiram abandonar a vida de cidade grande para buscar a tranquilidade e a qualidade de vida no meio da natureza. Quem disse que isso não é possível? Tem um monte de gente que diz, mas, por outro lado, tem muita gente que, na prática, mostra que é possível. Com certeza, aprendemos muito com essas pessoas nesses dois dias.
A erva mate que eu consumo nunca mais vai ter o mesmo gosto. Catamos lenha, fomos no meio do mato, pedimos licença para colher os galhos de erva, carregamos até o acampamento, fizemos o fogo, sapecamos os galhos, construímos o Carijo, esperamos 12 horas até que as folhas estivessem prontas para, só então, começarmos a pilar. Acabamos às 5 horas da manhã, mais ou menos. Ah! E no meio disso tudo, tomamos muito chimarrão, com a erva que estávamos produzindo.
Participamos de uma tradição que nasceu há mais ou menos 5 anos. E essa tradição estrapolou os limites desse núcleo familiar, englobou os amigos e os conhecidos. Conheci um tipo de união que vai além das datas festivas capitalistas. Essa outra união É possível, É mais legítima e É mais verdadeira.
É emocionante. É o fruto do trabalho, é pegar as folhas na mão, esfarelar e colocar na cuia. Pensei na vida daquelas pessoas que estavam comigo, pensei no MST, pensei nos índios. Um outro mundo É possível, não é utopia, já está acontecendo. Pouquinho, formiguinha, mas se faz presente e ecoa em pessoas como eu, como o Gustavo e como o Jefferson.
* Na foto, a erva mate secando no Carijo.
0 Comentários:
Postar um comentário
<< Home