A IMORTALIDADE TRICOLOR

Já não é mais teoria.
É prática.
Realidade.
Ainda estou recuperando a minha rouca voz.
Rouca de tanto gritar na sexta-feira.
De esganiçar a garganta.
De 4 vezes jogar as mãos para o céu e agradecer por ter nascido GREMISTA!!!

O Grêmio é "o" especialista em façanhas no Brasil.
Com certeza os 4 a 0 sobre o Caxias entraram para o meu roll de jogos inesquecíveis (minha memória mais remota do futebol é de 1986).

Teve aquele contra a Portuguesa, em 1998.
Era a última rodada da primeira fase do Brasileirão.
O Grêmio era o nono colocado e o inter o oitavo.
Eles jogavam contra o Coritiba lá no Couto Pereira.
Se ganhássemos e eles perdessem ou empatassem, estaríamos classificados para a próxima fase.
E o que aconteceu?
2 a 0 para a Portuguesa logo de início.
Um jogo horrível.
Daí, não tão mais do que de repente, baixa um EXU no Zé Alcino.
O cara começa a destruir o jogo e a gente vira a peleia para 4 a 2!
E o inter acabou perdendo para o Coxa.
Acabamos classificados na vaga que o inter segurou o campeonato inteiro.
Foi deste jogo que surgiu a expressão "flanelinha"...
Na seqüência, o Grêmio pegou o Corinthians.
Perdeu de 1 a 0 em casa, golaço do Rincón.
Lá no Pacaembu, o Tricolor meteu 2 a 0, dois golaços incríveis: um pataço do Itaqui numa falta de muito longe e um voleio do centroavante Clóvis.
Mas fomos desclassificados pelo formulismo do Brasileirão daquele ano.
Teve um terceiro jogo, 1 a 0 para o timinho, gol do Edílson.
Mas o que ficou para mim foi aquela virada contra a Portuguesa, sensacional.

Teve também a final da Copa do Brasil de 1997.
Maracanã lotado com 100 mil pessoas.
O primeiro tempo vem truncado e a bola é cruzada para a área do menguinho.
O volante João Antônio olha a bola flutuando e começa a arquitetar um dos gols mais bonitos que já vi.
Ele mata ela em um toque jogando a bola por entre as pernas do zagueiro, vai em direção ao gol e marca.
Delírio total.
Mas o meguinho tinha Romário.
Viraram o jogo ainda no primeiro tempo.
O segundo, não assisti.
Fui para a área e me ajoelhei em cima de uma camiseta.
Não sei se era reza ou súplica, mas sei que falava com o nada por todos aqueles minutos.
De repente, o cruzamento de Róger vindo da esquerda, o toque de Carlos Miguel, rede!!!
Porto Alegre explodiu e o Grêmio foi Tri-campeão da Copa do Brasil.
Nas arquibancadas do Maracanã, um cartaz se sobressaía no meio da multidão azul: EU JÁ SABIA.

1996, final do Brasileirão contra a Portuguesa.
Tudo indicava que o Grêmio reverteria os 2 a 0 dos paulistas no primeiro jogo.
Paulo Nunes estufou as redes logo no início do jogo.
Mas a coisa foi encrespando.
O dia foi dando lugar à noite e nada do Grêmio fazer o segundo.
Nas arquibancadas, o silêncio reinava por entre as mais de 50 mil pessoas presentes.
Num último suspiro, a torcida começa a entoar o famoso "olê, olê, olê, Grêmio, Grêmio" - o chamado "grito de segurança", simples e conhecido por todos.
Já era a parte final do jogo.
A bola estava no meio campo, longe do gol.
O grito das arquibancadas ganhava força e eco.
Carlos Miguel domina a bola e manda literalmente um balão para a área.
O zagueiro rebate para perto, a bola vem em direção do contestado Aílton.
De repente, um EXU toma conta do baixinho que, de primeira, solta um pombo-sem-asa em direção ao gol.
Golaço!!!
Grêmio Bi-campeão Brasileiro.

Um outro jogo assim foi o 2 a 1 (3 a 1, na verdade) contra o Palmeiras que nos desclassificou. Um jogo tumultuado, roubado, com gol anulado no final.
Teve o 2 a 2 da final da Copa do Brasil de 2001, quando o Corinthians vencia por 2 a 0 e o EXU - sempre ele - baixou no Luís Mário e o cara fez 2 gols, empatando o jogo e abrindo caminho para o passeio que foi o último jogo no Morumbi, 3 a 1, com atuação de luxo e Tetracampeonato.
E, é claro, tem o maior de todos: A BATALHA DOS AFLITOS.

Este jogo contra o Caxias entra no meu roll.
Foi incrível.
Inesquecível.
E agora?
Qual será a próxima epopéia Tricolor???

obs: a charge é do Blog do Kayser. Dá uma passada lá. Além de talentoso, é Gremistão!