O "cuidado" com a informação
Dois dias distintos, fatos distintos.
Vamos ver como o Correio do Povo está tratando as informações:
DIA 17 DE SETEMBRO (ilustrada com foto do buraco no trator)
IGP vai à Coqueiros investigar
Fará perícia em tratores que explodiram. MST nega envolvimento na ação
Máquinas eram usadas no plantio de milho
Técnicos do Instituto-Geral de Perícias estarão hoje na sede da Fazenda Coqueiros, em Coqueiros do Sul, para realizar perícias em dois tratores que tiveram os tanques de combustível explodidos na madrugada de domingo. Segundo o capataz da propriedade, Dario Tagliari, um dos funcionários ouviu uma movimentação suspeita na noite de sábado, próximo ao local onde estavam os tratores, e acionou a BM, que fez buscas em áreas próximas sem encontrar ninguém. Às 3h de domingo ele ouviu as explosões. Segundo o titular do CRPO Planalto da BM, tenente-coronel Luiz Fernando Puhl, o policiamento foi reforçado. Os tratores estavam sendo usados no plantio de milho. O representante do MST na região, Nilton Lima, negou que integrantes do movimento estejam envolvidos na ação.
A Farsul se preocupa com as conseqüências das três marchas do MST, iniciadas semana passada, até a Coqueiros. 'Querem desapropriar uma fazenda produtiva há 80 anos', alertou o diretor jurídico da entidade, Nestor Hein. Ele lembrou que a lei impede a desapropriação de áreas que foram alvo de invasão. Os ruralistas se mobilizam em Bagé. O subcomandante-geral da BM, coronel Paulo Roberto Mendes, afirmou que teme uma 'batalha campal'. 'Isso parece crime anunciado. Iremos ao Ministério Público.'
DIA 19 DE SETEMBRO (ilustrada com foto dos integrantes do MST lotando ginásio)
Bagé: defensor quer inquérito
Para apurar denúncias de atentados supostamente praticados por ruralistas
Prefeito Luís Fernando Mainardi visitou os acampados
O defensor público da União em Bagé, Robson de Souza, enviou ontem relatório à Justiça Federal e à Polícia Federal. Requisitou inquérito para apurar denúncias de atentados supostamente praticados por ruralistas de Bagé e região contra 500 integrantes do MST na madrugada de terça. Vindos de Pelotas, os sem-terra estão acampados no ginásio na Sede Campestre do Clube Recreativo Brasileiro e ficam até sexta, quando retomam a marcha a Coqueiros do Sul, reivindicando desapropriações das fazendas Guerra, na região, e Southal, em São Gabriel, além do assentamento de 2,5 mil famílias. Conforme o defensor, não há como a Brigada Militar garantir a segurança na madrugada. Os ruralistas, num prédio ao lado do clube, teriam arremessado foguetes e pedras, causando danos ao patrimônio e risco aos acampados. A Defensoria recolheu cartuchos e fez fotos. No relatório, anexou informações de testemunhas afirmando que os agressores portariam armas e teriam cortado a energia. Sem mandado judicial, PMs teriam invadido o carro de mantimentos e apreendido utensílios de cozinha. O documento será levado ao Ministério da Justiça e à Secretaria de Direitos Humanos.
Para o defensor, 'só o fato de os ruralistas se manifestarem no sentido de impedir a marcha é motivo para intervenção da Polícia Federal, pois demonstra necessidade de impedir grave conflito que a PM dá sinais de não ter condições de evitar'.
****os grifos são nossos
Chama a atenção algumas coisas.
As outras, deixemos para quem ler e comparar tirar as suas conclusões.
1) numa das notas, a brigada militar reforça o policiamento, nas outra, não há como garantir a segurança na madrugada
2) a insistência da utilização dos verbos num tempo verbal que gera dúvida (teria, teriam, portariam) e a inclusão do "supostamente", deixando a entender que há conflito de versões, quando há testemunhas que confirmam o ocorrido e não foram ouvidas pela reportagem
Com blindagem assim, fica fácil demais...
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