A casa é feminino e O trabalho é masculino.

Depois do almoço as mulheres sentam-se na área e fumam um cigarro acabando a cerveja da refeição e preparam-se para a sesteada enquanto os homens vestem os aventais e prontamente retiram todas as sobras da mesa começando o trabalho de limpeza da cozinha. Afinal de contas, é a mulher que sai e trabalha, trazendo o pão de cada dia e o homem que fica em casa cuidado da prole e administrando a casa.

Podia ser um conto de fadas pra algumas. Porque eles (na sua grande maioria) não se sentem responsáveis por tirar a mesa, ou fazer a janta, ou lavar as roupas? Porque durante séculos esse papel foi determinado e eles esqueceram que elas já trabalham fora, elas também trazem o sustento pra dentro de casa e elas podem escolher se querem ser donas de casa ou não. O problema é quando trabalham fora e se vêem na obrigação de continuar vestindo o uniforme de "do Lar". Essa atitude de não se levantar da mesa reflete o pensamento retógrado da sociedade e que é aceito dia após dia pelas mulheres. O papel da submissão não pode ser passado adiante através dos filhos e perpetuado através dos pais. Não aceitar esse papel é impor respeito.

Incomoda muito essa segregação de gênero, esses papéis definidos, esses rótulos impostos. Mas é realmente de quem se incomoda é que deve surgir uma atitude. Tem quem ache um horror a cultura de outros países em que a submissão da mulher é escancarada. Pior a nossa, que muitas vezes é travestida.

Só pra constar: Não acho que a mulher seja coitada. Não sou feminista, detesto rótulos. Essa é penas uma análise de um contexto que vivi desde sempre e que se repete, se repete e se repete, infelizmente.