Geral da Terra, do ar, do mar e da Lua... Alma das flores, das cores, das pessoas nas ruas... Geral de tudo que se vê, de tudo que se ouve, das verdades nuas.

28/05/2007

Primeiro relato de uma experiência que se inicia

Fomos até a Vila Santa Rosa hoje à tarde. Ela faz parte de um conjunto de outras vilas que formam o Bairro Rubem Berta, zona norte da cidade de Porto Alegre. É uma vila carente, com espaços de miséria e, segundo um dos moradores, começa a ser extremamente violenta. Esse morador é o Edgar, líder comunitário que agiliza as atividades que deveriam ser tocadas pelo presidente da associação do bairro. Nosso papel ali vai ser o de ministrar uma oficina de vídeo.

Fomos lá com esse intuito, mostrar como funciona um computador e uma câmera. Esperávamos encontrar jovens e adolescentes, mas nunca esperávamos encontrar uma sala cheia de crianças. A mais nova tinha 07 e a mais velha 14 anos. Quando chegamos, o Edgar comandava uma oficina de teatro em que a turma se dividia em 4 grupos. Tiveram, então, como tarefa, representar uma cena cotidiana. Nos chamou a atenção que, entre quatro, três encenações tratavam de violência - duas de assaltos em que a polícia capturava os ladrões e outra uma cena de pixação. O tema não havia sido pré-estabelecido e mostrava claramente a violência que permeia a vida dessas crianças.

Outra coisa que nos chamou a atenção foi na hora em que o Gustavo perguntou: Quem é que assiste novela aqui?
(lembrando: o público era de 09 a 14 anos)
Se não 100% das crianças, quase todas elas prontamente levantaram a mão dizendo que assistiam e que gostariam da idéia de poder produzir algo parecido com isso.

Mesmo assim, sentimos que esse é o início de uma grande experiência. É a tentativa de se fazer com que essas pessoas possam construir no vídeo o seu próprio olhar e a sua própria leitura sobre a sua realidade.

3 Comentários:

Blogger Aline Leão disse...

Muito legal. Parabén pelo trabalho. Vocês estão dando voz a essas crianças. Abraços para os dois.

29/05/2007, 11:38

 
Blogger Jean Scharlau disse...

Que bacana! Que triste! Contem mais.

29/05/2007, 12:40

 
Anonymous Anônimo disse...

Não vos conheço. Também não conheço o Jean Scharlau e o Marco Weissheimer pessoalmente, mas admiro o vosso trabalho. Aliás, o q vcs Têmis e Guga fazem não é trabalho, é poesia. Parbéns!

30/05/2007, 16:25

 

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